A cultura do silêncio em unidades de informação

sábado, 14 de maio de 2011

Em qualquer ambiente profissional pode se instaurar um exemplo de cultura do silêncio, que é uma condição que afasta o profissional de seu público alvo potencial ou real. Em uma biblioteca este fato ocorre quando uma pessoa que necessita de informação e procura uma unidade de informação, chegando lá encontra uma barreira natural entre ele e o profissional que o atende, pois este profissional é (ou deveria ser) um expert.  

Flusser (1983) afirma que no contexto de ação cultural o usuário pode vir quebrar as barreiras existentes entre ele e o expert. E, desta forma cria-se a oportunidade de expor suas idéias, sendo assim o usuário pode inventar, se formular e criar. 

Sendo assim, a profissional que atua em bibliotecas têm nos projetos de ação cultural uma forma de respeitar a diversidade, criar vínculos fortes com seus usuários e extinguir as barreiras entre ele e seu público-alvo, pois temos que tentar relacionar pelas nossas igualdades e conviver com nossas diferenças utilizando a comunicação como instrumento integrador.

De acordo com Flusser (1983), é necessário romper o isolamento, pois a cultura do não-público é a cultura do silêncio, e a proposta da ação cultural na biblioteca é também superar a cultura do silêncio através de uma ação transformadora.

O engraçado é que ninguém pensa que uma biblioteca pode ser uma ambiente de ação, talvez por ter aquela visão de que a biblioteca é um depósito de livros, um lugar de silêncio, um lugar de castigo, ou um lugar onde tem uma senhora com óculos e mal-vestida que chamam de bibliotecária (Lembram da reportagem da Veja, que chamava a Dilma de bibliotecária solteirona? É realmente este estereótipo ainda vendido por ai), mas graças a Deus e a Nossa Senhora das Bibliotecas este quadro está sendo invertido, e temos exemplos de Saraus, discussões, contação de histórias, biblioterapia, fóruns de discussão entre outras ações culturais.

Que tal pensarmos em eventos inusitados dentro de uma biblioteca? l uma roda de samba, noite de rock, um tango eletrônico... Sugira temas, opine, critique, as mudanças começam quando surgem os questionamentos.

Referências 
  
FLUSSER, Victor.  Bibliotecas como um instrumento de Ação Cultural. Revista de biblioteconomia da UFMG. Belo Horizonte, v.12, n.2, p. 145-169, set.1983.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Martinha!

Poxa vida... pena que isso não é só uma terafa da "nossa senhora das bibliotecas" mas de cada em seu espaço de atuação. E pena tbm que muitos gestores de biblioteca ainda nao tem essa percepção e atitude, e muitas veezs ainda ouvimos que "não devemos nos envolver com usuários" pq eles devem saber da nosso posição como "profissionais" rsrsr revoltante. realmente.... mas fechando meu comentário, creio com toda certeza que essa atitude de aproximação deve ser individual, pois assim até poderemos contagiar os profissionais a nossa volta que ainda usa os famosos óculos de bibliotecário que os cegam! rs

beijos! Aruana

Marta Regina disse...

Olá Aruana

Acredito que devemos eliminar as barreiras que existem entre os nós e o nosso público, para então exercer melhores práticas de excelência em atendimento. E, como você falou, inicialmente estas práticas são individuais, mas com certeza encontraremos indivíduos multiplicadores, que farão destas práticas isoladas, uma constante em nossa profissão.
bjos