A Lei nº 12.244 e seus impactos no contexto cultural e social do Brasil

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A lei nº 12.244 de maio de 2010 dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino no país. Esta lei impacta não somente a biblioteconomia, mas todo cidadão interessado no desenvolvimento social de nosso país. Não adianta apenas implantar bibliotecas em todos os lugares é necessário aprimorar a educação, se não houver bases consistentes será impossível obter um crescimento sólido e coeso dentro de nossa sociedade.
Na minha opinião, é necessário criar políticas públicas que priorizem não somente a presença de um bibliotecário, mas atividades culturais de criação e compartilhamento de conhecimentos, atividades interdisciplinares entre professores, familiares e cidadãos preocupados com o futuro da educação no Brasil. Este país ainda precisa passar por tantas reformas, mas creio que a educação é a essencial, e será a válvula propulsora para um desenvolvimento sustentável.
Na biblioteconomia, esta lei traz uma necessidade urgente de preparar profissionais para atender esta demanda da sociedade, mas ao mesmo tempo, requer deste profissional uma postura atuante e comprometida com o desenvolvimento social e com a disseminação da cultura para todos àqueles que sentirem necessidade de obter informação e construírem conhecimentos.
A biblioteca não é um depósito de livros, mas sim um ambiente que trata e preserva o conhecimento local e global e o disponibiliza para quem tem sede de informação. Contudo, esta sede deve ser incentivada pelas instituições públicas e privada, é necessário mudar o discurso: “Faça o que seu mestre mandar” para  discurso: “Leia, interprete, discuta e construa o seu pensamento crítico”. Ou seja, você pode até perguntar para o Google, mas tenha a sua visão de mundo. A enquete desta semana reflete esta discussão. Participe! Contribua! Comente, sua opinião e posicionamento é muito importante! Como dizem Os Legendários, não podemos mudar o mundo, mas estamos pensando, quer dizer tentando...
Bibliografia Consultada
Bibliotecários sem fronteiras
Educação Uol

15 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho que os políticos deveriam criar políticas para que as políticas em questão sejam politicamente executadas dentro das questões políticas criadas para subsidiar e dar suporte as políticas já existentes no Brasil varonil brasileiro.

Marta Regina disse...

Respeito sua opnião "Anônimo" mas acredito que só existirão políticas públicas adequadas quando o povo se posicionar e exigir o que prevê a constituição, pois se atribuirmos a outrem a condição que é nossa, reproduziremos a palavra e a teoria política continuadamente sem nenhum retorno de ação.

Anônimo disse...

Também concordo com você Marta Regina, mas os políticos em questão nos representam dessa forma esperamos sempre o melhor posicionamento com relação a qualquer assunto relacionado a novas políticas a serem executadas e planejadas para o benefício dos eleitores. O cidadão tem DIREITOS e DEVERES, podemos dizer que muito mais deveres que direitos, afinal quando precisamos realmente da "máquina" é ai que percebemos o quanto devemos exigir. Além de todas as mazelas do dia a dia será que temos que cuidar também daquilo que deveria ser feito por aqueles que nos representam para justamente FAZER?

Marta Regina disse...

Estou adorando nossa discussão, só é estranho chamá-lo de "Anônimo", pode me sugerir um pseudônimo?

Correto! Os políticos nos representam, e nós esperamos e confiamos sempre nas melhores decisões e condições para o “bem estar social”.

No entanto, O que fazer quando estas tão esperadas políticas não vêm? E, na questão da educação, nunca vem. Vamos ficar em nosso trono como diria Raul Seixas na música Ouro de tolo?

Na verdade, eles são funcionários públicos que deveriam representar e promover benefícios para o povo, e como funcionários, se não desenvolver bem as atividades de que foram designados, devem ser demitidos, exonerados etc.

E, em relação a sua pergunta, posso dizer poucas coisas, que talvez tragam a novos questionamentos. Não defendo políticos, não acredito que eles são bonzinhos, cheios de misericórdia pelo povo, só posso afirmar que são humanos e passíveis de erros.

E, por isso a sociedade tem que posicionar perante eles, e exigir que os seus direitos sejam cumpridos com tanto vigor tais quais os seus deveres são cobrados.
Os árabes atualmente recorrem à guerra para ter de volta aquilo que eles acreditam ser o melhor para sua nação, não precisamos chegar neste ponto, mas podemos promover a discussão e verificar se as atuais políticas públicas para a educação e cultura sanam a necessidade informacional da sociedade brasileira.

Bem, se elas sanassem não teríamos que formar uma série de profissionais técnicos para atender a atual demanda de mercado do país, poderíamos repetir de ano quantas vezes fossem necessárias para poder aprender de verdade, não precisaríamos importar mão de obra, não teríamos países interessados em cuidar do que é nosso etc etc...

E, respondo sua pergunta com uma questão, você gostaria que seus descendentes tivessem o mesmo acesso a educação que você teve?

Talvez a resposta para esta questão esteja em algum lugar por aqui...

Milton R. Moraes disse...

A palavra mágica é uma só:
CONSTITUIÇÃO.
Acreditar néla exigir seu cumprimento e não pensar que seja utopica.

Auto estima constituida a partir do momento em que acreditarmos na coerência própia.

Anônimo disse...

Acho que se o povo lutasse pelos seus direitos ou exigisse dos políticos da mesma forma que fazem protestos e passeatas nessas tragédias que acontecem e que a mídia - televisão - promove como um show de horrores levando as pessoas ao cúmulo de mandar matar etc... lamento pelas vidas vidas que se perdem nesse acontecimentos, mas a energia gasta com pessoas que largam seus trabalhos para protestarem em frente a delegacias ou residência de supostos assassinos fosse direcionada também para as questões políticas do país com certeza as coisas estariam melhores.
Quando alguém mata, a população sai as ruas pedindo para que enforquem o culpado.
Quando um político comete peculato, as pessoas assoviam e preferem discutir sobre futebol, "para que se preocupar não entendemos de política".
Pensando dessa forma acho que deveríamos repensar sobre os valores e prioridades, morte se paga com morte? E peculato como se paga?
Como podemos agir diante de tal impotência, creio que a grande pergunta a se fazer é como continuar em uma luta de 300 contra um exército de 180.000.000...
E respondendo ao nosso amigo, acreditar na lei e acreditar que todas as leis serão respeitadas, é como acreditar em "mágica" como ele mesmo disse.

Pode me chamar de T.

Marta Regina disse...

Olá T. ..
Quando falamos: “O povo.” parece que são pessoas bem distantes de nós, e na verdade não é o povo somos nós, o povo é o nome dado a grande massa da qual fazemos parte.
Concordo com você que se as forças gastas em situações trágicas fossem direcionadas para a resolução de problemas sociais, nós teríamos melhorias em nosso país, mas a mobilização deve ser iniciada, mesmo que por poucos. A máquina se alimenta do povo, mas por outro lado o povo pode sim influenciar e redirecionar a máquina. Lembra-se de Matrix, não é tão ficção assim...
O povo se revolta com as questões trágicas, e que essa revolta é necessária. Contudo, o povo não foi orientado a ter um pensamento crítico, e como diz o autor Milanesi, no livro A Casa da invenção, ele afirma que as pessoas de classe menos favorecida, tem a auto-estima baixa, e por isso se contenta com o que lhe é oferecido, e nem cogita a hipótese de questionar.
Em outras palavras o povo esta acostumado com a educação de má qualidade e com outras mazelas cotidianas (Transporte, Saúde, Segurança etc.), a doença é crônica e os sintomas já parecem ser saudáveis. Agora, quando há morte e sangue, a mídia e o povo se unem, a mídia pelo interesse da audiência (Pois os índices de maior repercussão são: tragédias, futebol, reality Show... ah! E, mulheres, de preferência com pouca ou nenhuma roupa)... E o povo entra nessa por pura revolta, por ter sua dignidade atingida pela violência dentre outros malefícios constantes.
A luta de 300 contra 180.000.000 parece inglória eu sei, mas temos que semear a idéia para que haja a possibilidade de encontrarmos multiplicadores. Além do mais, grandes mudanças aconteceram a partir de pequenas, mais importantes atitudes.

Anônimo disse...

Marta Regina - Realmente as atitudes são importantes, mas temos que olhar também o contexto que vivemos hoje, o egocentrismo prevalece, a idéia de fazer parte de qualquer coisa está presente somente na adolescência quando temos a necessidade de fazermos parte de algum grupo, fora isso o que resta? Qual bandeira levantamos? O "povo" em questão do qual com certeza fazemos parte - mas não necessariamente nos identificamos ou concordamos - precisa sim de educação, proteção e políticas públicas para que a partir desses estímulos a comoção pela luta dos direitos se torne um sentimento intrínseco.
Grande parte desse desinteresse tem um nome, preguiça, é difícil sairmos da comodidade das nossas rotinas para entramos em debates e conflitos esperando melhorias, fica bem mais fácil deixar para amanhã. Um exemplo, essa nossa "discussão" será que alcançara alguém mais além de nós dois e nosso amigo que comentou acima? As pessoas estão interagindo?
O séc XXI é marcado por prioridades, o que nos interessa - a mim, egocêntrico - está valendo, o que sair fora disso temos a tendência de procrastinar, existe um sentimento geral de revolta e revolução, mas poucos fazem ou conseguem fazer algo efetivo ou que realmente mude alguma coisa.
É como eu digo reclamar é fácil, agir ou pelo menos dar idéia sobre algo a ser feito aí se torna mais complicado.

Marta Regina disse...

T.- No atual contexto, o egocentrismo e o comodismo prevalecem, é a “Cegueira Branca” registrada no livro “Ensaio sobre a Cegueira, Do José Saramago”, é mais cômodo deixar que “alguém” tome a decisão ou não, e depois se comportar como coitado excluído, do que se posicionar e exigir o que é seu por direito.

Não sei se esta nossa discussão irá atingir outros patamares, mas fico feliz por ela ter incomodado você e o Milton, e mais feliz ainda por ela estar incomodando pessoas como o “José Padilha em Tropa de Elite2” e o “ Sérgio Bianchi em Quanto vale ou é por quilo e Cronicamente inviável”. Isto mostra que se somos loucos, pelo menos não estamos pensando isso sozinhos, existem pessoas interessadas, mas as iniciativas estão dispersas em nosso país.

Anônimo disse...

Então bora arregaçar as mangas...

Abraço!

Marta Regina disse...

Claro! quando começamos...

Abraço!

Anônimo disse...

Anônimo, ou T, e Marta, parabéns pela troca efetiva e respeitosa de idéias, pela comunicação que estão realizando. Não acho nada em vão essa conversa, na verdade, acho que estão fazendo política, encontram-se no estágio do valoroso espaço do diálogo. Como sistema democrático, nós estamos atrelados aos políticos, ao Estado, mas também às nossas redes de contato e de ações. Cá entre nós, estou curiosa para saber quem é o/a T. Abração a todas/os. TaniaC.

Eva Nicacio Moraes disse...

O povo, os políticos, a sociedade, as instituições, etc...
Quanta gente!!! e a coisa toda começa no "eu" e termina no "eu".

Então, sugiro que adotemos o "eu" para começar alguma ação como uma mudança de comportamento, ilustrada no pensamento de Elie Elie Wiesel – Almas em chamas


“Mas, onde eu devia começar? O mundo é tão vasto, começarei com o meu país, que é o que conheço melhor. Meu país, porém, é tão grande! Seria melhor começar com minha cidade. Mas, minha cidade também é grande. Seria melhor eu começar com a minha rua.
Não: minha casa.
Não: minha família.
Não importa, começarei comigo mesmo.”

Gildete Batista disse...

Muito boa a discursão, acredito que o começo está em nós em nossos filhos e em nosso meio, é necessário uma dose de coragem e enfrentar nós mesmos, em saber que precisamos como foi dito na discursão acima arregaçar as mangas. É um trabalho de formiguinha, como acreditar que opiniões e discursões podem mudar atitudes.
Um abraço

Marta Regina disse...

Tânia, Gil e Eva, obrigada por enriquecerem a discussão, espero que possamos colher frutos destas sementes plantas em nós.
Forte abraço!